quarta-feira, 20 de maio de 2015

The Thrill Is Gonne



Algumas lembranças, mesmo as boas, parecem tão distantes, tão distantes que perdem a devida importância.
Recentemente precisei encontrar espaço no meu armário, para alguns livros novos. Todos nós temos um lado do armário abarrotado de coisas que quase não precisamos. Ou que guardamos por lá, simplesmente porque não queremos jogar fora, mas, também, não queremos ter contato.
Ao abrir a porta do lado entulhado, um álbum de fotografias caiu nos meus pés. Interrompi minha pequena missão,  para ver os retratos. Fotografias sempre exerceram em mim um grande fascínio. Ao olhar uma foto sou capaz de sentir cheiros, sons, gosto, calor...é mais do que reviver o passado, sou de fato teleportado, mesmo que por breves segundos, para um momento especifico da minha vida.
Folheio as páginas do álbum. Nada. Nem o menor dos estímulos. Continuo no meu quarto, sentado em minha cama...queria lembrar daqueles dias, passo o dedo sobre os retratos, inspiro, fecho os olhos num esforço desesperado e nada acontece.  Aqueles momentos ficaram para trás, apáticos. Como se houvesse entre nós um abismo de milhares de anos.
 Algumas lembranças ficam tão distantes, que nem mesmo as imagens mais poderosas do mundo podem resgatá-las.

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