terça-feira, 7 de julho de 2015

Playing God

Não sei exatamente como, mas este texto surgiu enquanto eu lia uma história sobre guerra
Já parou para pensar o quão tenebrosa é aquela pergunta do barco que seus amigos te faziam pra te deixar mal quando você era pequeno?
Começava assim:
"Se estivéssemos nós três num barco, fulano, você e eu, o barco tivesse afundando e você só pudesse dar um colete salva vidas pra mais um, quem você salvaria?" 
Aí, sempre pensando rápida e claramente para não ficar mal com seus amigos - ou com a sua mãe; comigo sempre metiam a minha mãe no meio, tenho raiva até hoje -, quem foi questionado responderia, "Eu daria o meu colete e salvaria os dois!"
"Ah, mas aí não conta!" Provavelmente diziam de volta.
Mas será que, caso isso realmente acontecesse, alguém teria coragem de se sacrificar? Ou, melhor, se só tivesse apenas UM colete, pros três, quem seria salvo? Alguém pegaria o colete e que se dane os dois? Morreriam todos epicamente pois não viveriam sem os outros? Ou tirariam na sorte quem iria sobreviver?
Esses questionamentos são muito dramatismo da minha parte? Ah, fazer o quê? Parece até que tenho tempo de sobra para ficar pensando intensamente sobre esse tema. Afinal, parece que uma das poucas certezas da vida é de que ninguém sai dela vivo.
Agora, se você está em uma guerra, sobreviver é prioridade, mas sua sobrevivência pode depender da morte de outros: O que fazer?
Às vezes me pergunto, quem somos nós pra decidir quem vive e quem morre? A humanidade decidiu que está no topo da cadeia alimentar, e como os outros animais são chatos e estava tão entediada, decidiu matar a si mesma? 
Ah, mas a conclusão é que mesmo que uma vida não valha mais a pena que a outra, o ser humano está constantemente brincando de Deus, infelizmente.
Bom, como bem dito pela Morte em "A menina que roubava livros", e eu sinceramente acabo concordando profundamente com:
Os seres humanos me assustam.