terça-feira, 18 de novembro de 2014

Cinco para meia-noite

O relógio marca cinco para meia-noite, é sem dúvidas o pior fim de dia que eu já tive em anos, quando tudo o que você tem em mente, todas as expectativas vão por água abaixo em questão de minutos e você sente que o mundo não é um lugar legal.

O relógio marca agora quatro para meia-noite, e copo de whisky parece um passaporte para o paraíso, a bebida desse cortando minha garganta, é uma sensação de dor e prazer, ambos de mãos dadas caminhando pela estrada vermelha com um único objetivo, não me deixar sóbrio, fazer-me esquecer dos problemas para que eu tenha uma sensação falsa de conforto.

O relógio marca três para meia-noite e a bebida não funciona da maneira que eu  esperava, uma lágrima brota no canto de um dos meus olhos e resolve correr pelo meu rosto, a sensação de dor da bebida funcionou e novas lágrimas brotam.

O relógio marca dois para meia noite, a dor e as lágrimas parecem ser amigos bem íntimos, eles ficam conversando durante esse minuto enquanto meu relógio faz tic tac, eu deixo o copo de lado e resolvo enxugar as lágrimas, esse não é o caminho.

O relógio marca um para meia noite agora, com uma sensação de derrota fico encarando o último minuto desse dia, olhando calmamente o tic tac e torcendo para que esse dia termine logo.

Então eu me  lembro de um sorriso faltando vinte segundos para meia-noite, um sorriso mágico e espontâneo, um sorriso que tive o prazer de ver mais de uma vez nesse dia, um sorriso que foi capaz  de eu querer durante esses  vinte segundos que meu dia não terminasse, e durante esse pequeno espaço de tempo eu tive a sensação de estar sorrindo, e quando finalmente deu meia-noite, sem que eu percebesse já tinha dado meia-noite cinco, sem dúvidas, foi o melhor fim de dia que já tive em anos, obrigado pelo sorriso.

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