sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A Máquina do Tempo

“Eu vivi uma vida sem arrependimentos” disse eu a minha neta Christine, ela me olhou da porta do quarto, apagou a luz e me desejou boa noite. A escuridão tomou conta do ambiente, a única coisa visível são os números vermelhos do relógio digital na minha cabeceira, que nesse momento marcam dez e vinte, foi um dia tão cansativo que estou me dando ao luxo de ir dormir essa hora.

Eu fecho os meus olhos e enxergo o paraíso, estou no controle do sonho, vejo as belezas do  Monte Fitzroy e a mais bela vista que eu poderia ter, o rosto de Suzane ao meu lado...minha Suzane, meu amor...e por alguma razão, não estou mais controlando nada e perco a noção da realidade por mais irreal que possa parecer, a ciência diz que é impossível viajar no tempo, eu discordo totalmente disso, minha mente é minha máquina do tempo, eu começo a sonhar memórias maravilhosas com Suzane, se eu pudesse me ver dormindo, diria que estou sorrindo agora. Então, minha máquina do tempo me leva para uma última viagem, até aquele barzinho perto da faculdade, onde todo mundo se reúne para aquela social, eu já havia observado ela e seus cabelos ruivos a muito tempo, mas nunca tive coragem de dizer um “oi”, por que a máquina me trouxe aqui? Por que esse foi o dia do “oi”.

Meu despertador não toca, sou acordado pelo doce som da voz de minha filha, Daiana, então olho para ela, e vendo a felicidade no meu rosto ela me pergunta o por que daquele sorriso, eu simplesmente digo:

- Eu vivi uma vida sem arrependimentos.

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